A Garganta da Serpente

Elizabeth Barrett Browning

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Substituição

Se uma adorada voz, que fora em vossa vida,
suavidade e som, de repente se esvai,
e se logo um silêncio impenetrável cai,
qual súbito mal-estar ou dor desconhecida,

- que esperança há? Que auxílio? E que música ouvida,
o silêncio destrói? Nem da amizade o ai -
nem da razão sutil a conta; não se vai
ao som de violino ou de flauta gemida;

nem canções de poeta e nem de rouxinóis,
a voz que vai subindo através dos ciprestes
até à clara lua; e medo lhe não causa

das esferas, o canto - ou dos anjos, nos sóis,
a voz que sobe a Deus; ó não, nenhuma destas!
Fala só Tu, ó Cristo, e preenche esta pausa.

(tradução: Alexandre Herculano de Carvalho)


(Elizabeth Barrett Browning)


voltar última atualização: 06/12/2005
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