A Garganta da Serpente

Érica M. Fernandez

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Prenúncio do horror

Hoje sinto solidão e a amargura da vida
A solidão não é contida, é perdida por mim.
Os fatos transcendem as razões e a própria vida...
Bom, esta já não parece ser e verter em mim.

Para quê? Penso para que ser e viver.
Que causa, motivo ou perscrutação deveria eu erguer?
Que motivos tem alguém sem motivos?
Que razões tem a vida, se nem tem sentido ?

Pensei por um momento que a vida era boa...
Dissoluto pensamento...
Que razões terei eu para viver?
Sim, pergunto, pergunto e pergunto.

Quais as emoções do SOFREDOR?
Se tudo o irritar, poderá ele viver?
Não! O sofredor morre, e morre cedo!
Antes que venha a aurora, ele morre...desfalece...se auto ignora!

Oh! Infame tragédia!
Serei eu uma louca suicida?
Ou serei eu a alma perdida,
nesse escabroso horror?

A que devo de fato, o temor?
A vida é o prenúncio do descaso
E a fatalidade supérflua alcança a morte!

A morte...a morte é o alívio...
Que alívio de sons!
Que alívio de dor!
Que alívio do martírio!

Para que vivem criaturas insolentes
E indolentes como eu?
Devo eu esquecer a vida e morrer?

Animal repugnante que sou
Comerei eu a lama dos pastos molhados
E o capim dos cavalos!
Morra, insolente, morra!
Jamais alguém notará sua petulância!
Morra, e a aurora do dia que banha a vida
Continuará todos os dias sem notar sua ausência!

Ouça! Ouça o som dos tambores da MORTE!
Ouça o som dos tambores do HORROR!
Esqueça o confinamento,
Lembre-se do RESCALDO

Lembre-se da dor,
do seu último suspiro,
Do seu último horror
Prenúncio à morte, prenúncio ao horror!

Sem a vida, os tambores da morte aumentam
E o barulho constante lembra a morte!
E a morte traz o fim,
E o fim traz a morte enfim!

E a morte é o crepúsculo!
E a morte é somente o começo...
O começo do expurgo
E o fim do vilipêndio!


(Érica M. Fernandez)


voltar última atualização: 01/03/2008
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