A Garganta da Serpente

Eduardo Terranova

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CANINOS

Pois é tarde, está frio
A noite mansa, embala a volúpia
Expõe o sentido negro
Revela sob si um abismo infinito
Pelos cantos escondidos do meu ser
Revelo um singular faro
Um desejo por sangue novo
Por sangue vivo, vital…

Pudera sentir seu calor
Seu desejo sobre a brasa acessa
Dos sentidos do prazer
Que renasce na imortalidade
Clamando pelo gosto e pela cor
Vermelha que nos da vida
Que nos faz sentir a força
Não do momento…,
Mas da imensidão do terror…

Pois olha,
Veja minha transformação
Tenho tudo, sem precisar de nada
Tenho o nada, tenho você sem querer
Mas quero ficar só está noite
Quero navegar pela escuridão
Assim como um corpo sem vida
Como o naufrago sem direção
A procura de um pouco de terra seca
Mas seca está minha alma
Vazia de tudo, sem um nada de você
Sem um pingo de mim…

Eu com o coração partido
Parti pela madrugada
Implorando por um cálice
Por um fragmento de hemáceas
Ou por uma porção de glóbulos
Vermelhos ou brancos
Pois meus olhos profundos
Não escolhem a luz que os toca
E minha compreensão não interessa
Sem me ver, sem me refletir
Mas pare com isso…;
Deixe essa estaca de lado
Nosferatu não pode ser vencido
Por crendices ou medos…

(15/06/99)


(Eduardo Terranova)


voltar última atualização: 29/12/2000
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