A Garganta da Serpente

Eduardo Terranova

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PARAR...

Há em algum lugar
Um sentido para as rimas
E um consolo para os versos
Mas esse lugar está tão longe
E dentro de mim não vou encontrar

Há quem queira sorrir
E quem queira amar com a chegada da noite
Mas existe também o poeta a se ferir
E o verdugo que lhe trás o açoite

Parar, procurar pela distancia...
Seguir, encontrar a ausência por perto!
Esquecer, brinquedos que não tive na infância...
Lembrar, que mesmo errado estou certo!

Parar do seu lado
Pegar suas mãos
Levantar os seus braços
E sentir seu perdão

Parar porque já não há mais um porto
Já não há mais um abrigo
Sem velar nenhum morto
Eu procuro o seu castigo

Parar de fazer rimas
Abraçar quem te oprima
Esfaquear essa cisma
Sem jamais olhar para cima

Parar esse texto sem nexo
Procurar pelo sexo
Nas amarras escuras
Desse berço que é a solidão...

(07/11/99)


(Eduardo Terranova)


voltar última atualização: 29/12/2000
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