PARAR...
Há em algum lugar
Um sentido para as rimas
E um consolo para os versos
Mas esse lugar está tão longe
E dentro de mim não vou encontrar
Há quem queira sorrir
E quem queira amar com a chegada da noite
Mas existe também o poeta a se ferir
E o verdugo que lhe trás o açoite
Parar, procurar pela distancia...
Seguir, encontrar a ausência por perto!
Esquecer, brinquedos que não tive na infância...
Lembrar, que mesmo errado estou certo!
Parar do seu lado
Pegar suas mãos
Levantar os seus braços
E sentir seu perdão
Parar porque já não há mais um porto
Já não há mais um abrigo
Sem velar nenhum morto
Eu procuro o seu castigo
Parar de fazer rimas
Abraçar quem te oprima
Esfaquear essa cisma
Sem jamais olhar para cima
Parar esse texto sem nexo
Procurar pelo sexo
Nas amarras escuras
Desse berço que é a solidão...
(07/11/99)
(Eduardo Terranova)
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