A Garganta da Serpente

Euclides de Cunha

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha
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Robespierre

Alma inquebrável _ bravo sonhador
De um fim brilhante, de um poder ingente,
De seu cérebro audaz, a luz ardente
É que gerava a treva do Terror!
Embuçado num lívido fulgor
Su'alma colossal, cruel, potente,
Rompe as idades, lúgubre, tremente,
Cheia de glórias, maldições e dor!
Há muito que, soberba, ess'alma ardida
Afogou-se cruenta e destemida
_ Num dilúvio de luz: Noventa e três...
Há muito já que emudeceu na história
Mas ainda hoje a sua atroz memória
É o pesado mais cruel dos reis!...

(1883)


(Euclides de Cunha)


voltar última atualização: 08/07/2005
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