no poente da alegoria da vida
um dia, quando acordares, abertas
terão ficado as janelas e um vento,
vão qualquer, terá levado o momento
na mente que eram memórias tão certas.
irão, teus primeiros anos, ter tento
bem longe, como andorinhas tão espertas.
e as paixões da meninice, hora abertas,
se fecharão em teu corpo cinzento.
serão paixões de outros corpos, magia
de existir no pôr do Sol do meio-dia.
pensarás no que passou na avenida.
pensarás, tudo, ter visto de fora
no poente, das janelas, de outrora.
e será, tudo e a alma e o amor, de outra vida.
(Fabio De Riggi)
|