A Garganta da Serpente

Fabio Sorcier

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A verdade

Vivi na fé e na esperança de um dia morar em teu coração, mas fechaste as portas e tornaste longos os caminhos: difíceis e intrafegáveis o bastante pra me fazerem desistir. Grandes foram os obstáculos que me fizeram tropeçar, porém maior ainda foi a vontade que me fez levantar.

Contemplei o teu olhar vazio, nele nenhuma resposta encontrei. Então grande tristeza me sobreveio, por que tornaste sofridas as minhas noites e suprimiste a razão dos meus dias. As lágrimas verteram em minha face, os soluços abalaram meu peito, me vi só e sem ninguém pra me consolar.

A cada nova manhã, volvi minha face para o horizonte e me alegrei na lembrança do teu beijo, no calor do teu abraço, na tua voz meiga a pronunciar meu nome. Me enchi de vida, me tornei um guerreiro a lutar pelo teu amor numa incessante batalha que extirpou minhas forças e me fez cair novamente, ao perceber que fui vencido pela tua indiferença.

Eu esperei e tu não vieste a meu encontro. Fui escravo da paciência, desperdicei meu tempo e minha vida. Tornaste vã a minha escolha, fútil meu sentimento e inútil o meu desejo. Nada recebi em troca, apenas ansiedade e abandono. As tuas poucas palavras se tornaram apenas ilusão. Me fizeste acreditar que o amor um dia eu teria, mas descobri que toda minha dedicação sucumbiu em mais uma decepção.

(03 de outubro de 2008)

(Fabio Sorcier)


voltar última atualização: 26/03/2009
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