Miragem
No dorso de uma Vénus
sonhas pousar a tua cabeça
e ali adormecer . . .
Á quanto tempo te é negado
o sossego que tanto imploras?
Já nem o meu sorriso (cada vez mais descaído)
te ilumina
e como te amo eu!..
Contorces o teu corpo preso
Em tentativas vãs de escape
do sofrimento lento que te está reservado.
Olho-te, incapaz de te soltar
de te trazer para junto de mim
do meu calor
do amor que te tenho
Acompanhas uma mariposa
que voa sobre o teu olhar
maldoso, invejoso, penetrante
sedento da mesma liberdade
Não me afastes!... sofrerei a dobrar se o fizeres.
Estou desesperada
.
já não tenho voz para gritar
já não há réstia de força
para te bater, para te acordar.
A raiva apoderou-se de mim
mas estou aparentemente calma
aqui deitada à espera
que a minha aura seja apagada pelo sopro da morte
. minha ultima esperança
Só ela me arrancará deste oco labirinto de ódio e mágoa
em que me deixaste.
Amo-te,
sempre!
. Mesmo quando olho o teu corpo pútrido,
abandonado, imundo, amedrontado
AMO-TE.
As minhas lágrimas secas são prova pura
desse fogo que sempre arderá!
o tempo parece parado
sozinha fico por aqui
e espero que o recomeço volte.
(Fareeda)
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