A Garganta da Serpente

Fareeda

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Miragem

No dorso de uma Vénus
sonhas pousar a tua cabeça
e ali adormecer . . .

Á quanto tempo te é negado
o sossego que tanto imploras?
Já nem o meu sorriso (cada vez mais descaído)
te ilumina… e como te amo eu!..

Contorces o teu corpo preso
Em tentativas vãs de escape
do sofrimento lento que te está reservado.

Olho-te, incapaz de te soltar
de te trazer para junto de mim
do meu calor
do amor que te tenho…

Acompanhas uma mariposa
que voa sobre o teu olhar
maldoso, invejoso, penetrante…
sedento da mesma liberdade

Não me afastes!... sofrerei a dobrar se o fizeres.

Estou desesperada….
já não tenho voz para gritar
já não há réstia de força
para te bater, para te acordar.

A raiva apoderou-se de mim
mas estou aparentemente calma
aqui deitada à espera…
que a minha aura seja apagada pelo sopro da morte
…. minha ultima esperança
Só ela me arrancará deste oco labirinto de ódio e mágoa
em que me deixaste.

Amo-te,… sempre!
…. Mesmo quando olho o teu corpo pútrido,
abandonado, imundo, amedrontado… AMO-TE.

As minhas lágrimas secas são prova pura
desse fogo que sempre arderá!

o tempo parece parado
sozinha fico por aqui…
e espero que o recomeço volte.


(Fareeda)


voltar última atualização: 14/07/2004
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