A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

A DROGA

Eu não vivo
Tento sonhar
Eu não ando
Pareço levitar

Estou indo
Á lugar nenhum
Estou vindo
De lugar algum

Quero casa
Mas só tenho o chão
Quero um colo
Mas não tenho mãe

Vou seguindo
Para um lugar qualquer
Vou levando
A vida que puder

Não sou criança
Nem sei se mulher
Sem esperança
Sou um trapo qualquer

Estou sozinha
Em meio à multidão
Nessa pracinha
Sinto a solidão

O meu choro
É por essa droga
Que entranha em meu corpo
E no fundo do poço me joga.


(Fatinha Pinto)


voltar última atualização: 23/05/2017
6338 visitas desde 23/05/2017

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente