TODOS OS ABRAÇOS
Reservei carícias
para faces ásperas,
preparei meus beijos
para bocas gélidas
Estiquei meus braços
para corpos mórbidos
no afã de rever
o amor que perdi
Seduzi amantes
perdidas por dentro,
enganei meus
verdadeiros sentimentos
Ancorei meus sonhos
nos seios do tempo,
querendo saber
do amor que perdi
Atraquei desejos
em corpos ardentes,
entreguei volúpias,
paixões indecentes
Corri com as mãos
pelas curvas e pêlos,
sofrendo o prazer
do amor que perdi
Quem me dera, então
que todos os abraços
apertassem em mim
com a força de um laço
Que nesse degelo
de paixões vadias
não te derretesse
em minhas fantasias
(Felipe Cerquize)
|