A Garganta da Serpente

Felipe Ribeiro

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

"Não feche tua porta para mim"

Sozinhos nascemos
assim crescemos
e aprendemos a não confiar
em ninguém

A inocência perdemos
nos sentimentos vemos
lamentos e veneno, tememos amar
vivemos sem

E agora vem você pedindo que eu abra minha porta
na minha retina apenas resquícios duma visão torta
onde tudo é exatamente o que parece ser
cada homem uma ilha, entre quatro paredes a viver

Não olhamos para trás
não olhamos para dentro
não nos lembramos mais, quer saber
o que estou vendo?

Uma criança chorando por que você não a escuta
na solidão serena de quem finge ser surda
Porque tudo que te machucou quando o universo eram
só jogos e gritos no quintal
Uma criança chora em você, porque você ficou igual

Sozinhos nascemos
assim crescemos
o resto escolhemos
Sim!
Não feche sua porta para mim


(Felipe Ribeiro)


voltar última atualização: 09/12/2002
5922 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente