A Garganta da Serpente

Felipe Saratt

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LUGARES VAZIOS

Flamejo oceano de suspiros
A cor da ausência.
Somo com a parcimônia dos relógios
As lágrimas que temperam o tempo.

Sorvo a pedra do silencio,
O semblante da procela
Aproximando-se do meu olhar.
O relâmpago das palavras

Pasta o campo dos mitos.
Sangrei a ampulheta do céu
Na luz sonora de espectros.
A anatomia da noite é nudez

Cerzindo o muro das mágoas
Ao lívido trovão das lembranças.
Teu suor é orvalho de vozes
Lambendo luas de leite.

Quero o sonho que mente
Limpando a brasa do beijo,
Bosque de frutas em fogo.
Iluminando de idílio meu lar;

Leio a lírica dos pomares
Imitando a plumagem do sol,
E o exílio é cimento
Construindo meus lugares vazios.


(Felipe Saratt)


voltar última atualização: 18/01/2008
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