A Garganta da Serpente

Fernando Martinho Guimarães

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Deslizam por um rosto azul
ígneas nuvens que obscurecem o sul
como cabelos de anjos longos
O olhar poisa suave na linha da mão
e quebra o feitiço que na distância vive
Implacável o destino que se alimenta
                                                         da possibilidade
e ocupa-me o pensamento a impossibilidade de o ser
Sabes vou-te dizer que o amor
coisa que não faço ideia o que seja
acontece num pormenor que súbito
clareia a origem azul de tudo
É isto digo e chamo-lhe amor
ou árvore ou rio ou mulher
Dou-lhe nome para clarear a minha cegueira
E estranho é acreditar nisso
agora que o meu olhar não encontra objecto


(Fernando Martinho Guimarães)


voltar última atualização: 31/03/2006
11793 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente