A Garganta da Serpente

Fernanda Pietra

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

SOLIDÃO ACOMPANHADA

Às vezes,
Sinto o amargo da solidão acompanhada,
Pois meus pensamentos voam longe,
E meus pés, teimam em segurar-me na terra.

São momentos de solidão
Sempre tendo gente por perto
Mas que não consigo
Estar na mesma sintonia
Pois me é difícil
Deixar "A vida me levar"
Como canta Zeca Pagodinho

Dá-me a sensação de estar ausente
Diante das pessoas
Pois as mesmas, cobram-me, silenciosamente,
Que compactue com a falta de limites
Com a falta de valores
E até mesmo, responsabilidade

Passo por chata, ranzinza
E percebo, que tanto faz como tanto fez, pensar.
Pensar ou não pensar, torna-se apenas, um detalhe
Banal, e se não o fizer,
Consigo viver em paz com meus semelhantes

Mas,
Nem sempre é possível
Viver enclausurada em mim mesma,
Surge uma rebelião em meu interior
E detona, todas essas "faltas"

Solidão acompanhada
De pessoas acompanhadas
Da mesmice do trivial cotidiano
A aprisionar-me no universo
Do que é tão somente, o agora
O presente, sim, é presente
Mas o futuro instala-se sempre,
No segundo seguinte,
Sendo inevitável
Nele pensar.


(Fernanda Pietra)


voltar última atualização: 08/11/2007
7247 visitas desde 30/10/2006

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente