Amante
Porque fazes de mim o teu amante,
E do meu peito em brasa o instrumento,
Que tocas sem qualquer constrangimento,
De forma sustenida, tão vibrante?
A alma me transformas num instante,
Me enlevas nos espaços como o vento,
Mergulho no teu sal, ... e num momento,
Sou mar, ... beijando a praia na vazante!
E como um vendaval de vagas quentes,
Despertas os desejos mais frementes,
Ao som duma dolente melodia.
E búzio, que me sinto nos rochedos,
Procuro desvendar doces segredos,
No teu corpo de ninfa e de poesia!
(9/1/2003)
(Fernando dos Santos)
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