A Garganta da Serpente
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Fernando dos Santos

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Amante

Porque fazes de mim o teu amante,
E do meu peito em brasa o instrumento,
Que tocas sem qualquer constrangimento,
De forma sustenida, tão vibrante?

A alma me transformas num instante,
Me enlevas nos espaços como o vento,
Mergulho no teu sal, ... e num momento,
Sou mar, ... beijando a praia na vazante!

E como um vendaval de vagas quentes,
Despertas os desejos mais frementes,
Ao som duma dolente melodia.

E búzio, que me sinto nos rochedos,
Procuro desvendar doces segredos,
No teu corpo de ninfa e de poesia!

(9/1/2003)


(Fernando dos Santos)


voltar última atualização: 26/05/2006
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