Bem sabes...Bem sabes amor que cada casa guarda secretamente todas as nossas palavras dúbias.
Aquelas palavras que nós escondemos nas trevas aquelas palavras que os nossos amigos jamais pressentirão.
E depois resta este cansado silêncio este antigo silêncio doméstico, como esse gato que dorme e ainda sobram todas as palavras encobertas. Mas tudo o que me dizias, ainda fazia parte desse velho pacto clandestino,
Meu amor, agora tudo se transformou pois os dias agora tornaram-se ermos entre edifícios intrincados e indecifráveis, a distância do que agora dizemos.
E assim, neste mal entendido, frequentamos o desconhecimento de tudo o que escutamos e dizemos. (Fernando Gregório) |