A Garganta da Serpente

Fillipe Mauro

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La pietà

Com que olhos e penetração
emana do pormenor asfáltico
sua pompa e circunstância.
Com que faces icônicas,
com que vestes verônicas,
salta tua pose às lentes do verão.

E que singularidade te envolve,
mesmo em tuas façanhas de horror,
mesmo em tua personalidade de dor.
Nos espelhares traços de piche,
convergem a ti fractais luminosas,
como que os holofotes às bailarinas.

Recolhe teus mantos indenes,
e os tatua à pele, sui generis,
como que as linhas aos trapos.
Abraça teus linhos e reserva
o fluido fio de observação,
absoluto em suas próprias idéias.

Fluxiformes automotivos,
no vai e vem de um universo que espinha,
que o crepúsculo ao amanhecer costura,
e ao bálsamo de seu animo tortura:
São ralos e reles em sua autocracia,
Soberana sobre os servos de sua avenida.


(Fillipe Mauro)


voltar última atualização: 27/09/2010
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