A Garganta da Serpente

Flaferb

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DEVAS DA CHUVA

Flutuando entre os devas da chuva,
Com a água que cai sagrada de dois céus,
Celebração de milhões de cintilantes prismas
Música silenciosa dos átomos de meu sangue incolor.

Fluem como onda, escorrendo brilhantes,
Minhas lágrimas, são chorar instintivo e profundo,
Soluçante e dolorido.

Chorando entre os devas da chuva,
Flutuando por um oceano de águas profundas...
Lembro-me d'uma gota de lágrima que nasceu dos teus olhos...
Não! não queria ter feito você chorar!

Sentido oculto de um coração que hibernava
Vida latente e furiosa,
Aguardando um sinal...
E nessa tempestade tenta buscar
nos ventos que vêm do norte,
e a que são submetidos seus sentimentos mais secretos.

Trazendo as águas mágicas, sopradas pelas nuvens
No cume das serras úmidas
Cobertas pelas florestas, lar dos Devas,
Senhores das coisas que moram nos céus
Iguais às que moram na terra...
Recebem a força das coisas superiores e inferiores.

Pois as chuvas caem em grandiosas torrentes no verão
E o calor às leva de volta
Sob sua vontade e comando
Ao entoar das vozes desses deuses,
escondidos no horizonte...
Horizontes do mundo,
Horizontes para onde fogem os pensamentos.

Assistindo agora essa misteriosa dança...
Espíritos da chuva,
Deixem então os raios da estrela
Criarem prismas de luz através de suas gotas,
Para, depois, enxugar suas lágrimas...

Eu não podia ter visto os deuses chorarem
Mas eles nascem para isso...
Chorar sobre as paragens do mundo
Paraísos e infernos,
Para produzir os milagres de uma só coisa
Em um ciclo eterno.


(Flaferb)


voltar última atualização: 13/03/2003
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