A Garganta da Serpente

Flaferb

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VIVENDO COM A ESTRANHA LUZ

Nesta noite venho pela estrada ainda escura,
Como se fosse pela primeira vez.
Então surgem, vindos dos confins da noite...
Os sinais emitidos pelo estranho engenho
Pairando insólito acima de mim,
Me fazem reviver o êxtase
Da não existência...

Caminhando nesta esquecida estrada,
Cercada pela neblina,
Olho com medo e fascinação
Para minhas mãos...
Elas estão brilhando agora!
Emitindo uma fria luz azulada.

E eu conheci, assim, muitas coisas
Que você não conhece...
E carrego esse sentimento há muito tempo.

E tenho visto estes rostos
presentes,
Surgindo de mil formas.

E olho para mim mesmo,
Das alturas,
Posso ver através de minha mente.

E sinto algo obscuro
Que faz você entrar em fúria,
E engendra o pânico
Como injeção intravenosa.

E meu coração foi ficando cego
Ofuscado pela luz,
Do desconhecido.

Fazem, então, um convite irresistível
A viver uma grandiosa ilusão...
A nunca imaginada união...
no sibilo mudo do estranho aparelho
E aquela luz interior.

Nada pareceu-me tão difícil
Como encontrá-la em um lugar ermo,
Escondido de todos,
E deixar-me beijar
Como oportunidade derradeira
seus lábios molhados e quentes,
Como os dos humanos...

As línguas que introspectam
À procura daquela misteriosa luz.
A saliva como panacéia extraterrestre,
Corpos de peles tão diferentes,
E almas tão iguais
Gerados a anos-luz de distância
Agora se fecundam...
Elementos alquímicos,
Da purificação.

A estrada continuava escura.
Percebi-me só.
O fogo em minhas mãos brilhava intensamente.
Acima de minha cabeça
Agora, somente
o abismo negro entre as estrelas.

O céu noturno está apaziguado,
Eles se foram...
Por enquanto.


(Flaferb)


voltar última atualização: 13/03/2003
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