A Garganta da Serpente

Francisco Coutinho

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JAGUARETÊ

Peguei o alecrim e o mariri macerado conforme preordenado pelo xamã.
Pisei na terra com força e lancei a misturança à cruz de caravaca seguida das primeiras invocações.
Ao chamar Baal, o injustiçado, segurei a onix em punho.
A onça-pintada se aproximava.
A figura do xamã saía da colina e balbuciava com o maracá: jaguaretê saciá saciá jaguá.
Percebi que éramos um só, xamã, onça e eu na tríplice aliança sagrada.
Urrei em bravejo de dor e pintei a estrela de seis pontas com urucum na base da cruz de quatro braços.
Agradeci aos ancestrais.
A iniciação se confirmara.


(Francisco Coutinho)


voltar última atualização: 05/11/2007
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