JAGUARETÊ
Peguei o alecrim e o mariri macerado conforme preordenado pelo xamã.
Pisei na terra com força e lancei a misturança à cruz de
caravaca seguida das primeiras invocações.
Ao chamar Baal, o injustiçado, segurei a onix em punho.
A onça-pintada se aproximava.
A figura do xamã saía da colina e balbuciava com o maracá:
jaguaretê saciá saciá jaguá.
Percebi que éramos um só, xamã, onça e eu na tríplice
aliança sagrada.
Urrei em bravejo de dor e pintei a estrela de seis pontas com urucum na base
da cruz de quatro braços.
Agradeci aos ancestrais.
A iniciação se confirmara.
(Francisco Coutinho)
|