Fascínio
Teus olhos de cristal inquietantes,
Quais coristas em palco de cetim...
Quereria, neste passo, nesta dança;
Que teus olhos bailassem em mim.
Teus olhos de orvalho brilhantes;
Quais gemas esmeraldinas são assim...
Quisera os teus olhos serenos,
Para sempre, postados em mim.
Teus olhos, tal gotas de chuva,
Quiçá, setas de um arqueiro, um querubim...
Quero, em meus sonhos e devaneios,
Tais setas mirando-se em mim.
Teus olhos reflexivos, saltitantes;
Quais crianças a correr num jardim...
Quererei, em minhas fantasias,
Que tais infantes acenem para mim.
Teus olhos de brilho inquieto,
Em contraste à boca de carmim...
Se inquietos são estes teus olhos,
Inquietudes, bem mais, causam em mim!
(Francisco Petrônio Ferreira de Oliveira)
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