A Garganta da Serpente

Gabriella Slovick

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A cor do Ar

No princípio o ar era transparente.
Corriam pra lá e pra cá
as bolhas do vento.
Bolhas de água,
bolhas de tempo.
Tudo passou à contento...
Pena que o tempo, além do tempo,
trouxe o ar escuro
e venenoso.
Assim o homem precisou erguer muros.
Adeus às cavernas!
Vive-se agora em apartamento.
O cheiro do ar é venoso.
A cor do ar é negro.
Negro e perigoso.


(Gabriella Slovick)


voltar última atualização: 10/05/2017
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