A Garganta da Serpente

Gilberto Felinto

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PARTO POÉTICO

Ultimamente
os pés
não respiravam chão

só o ruído dos passos
roçava o silêncio

Enfeitou-se de estrela
a brincar de astro esquizofrênico,

-sua droga:
a doravante luz
que queima os olhos
de quem se enclausura.

Calou-se
num desejo puído de grito

explodiu
besta de rir

na falta de comuns
matraqueou sandices com as paredes

pariu
enfim
um rio
de águas cegas

puerperal loucura
o espera
no parto prematuro
de sua poesia.


(Gilberto Felinto)


voltar última atualização: 10/05/2017
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