A Garganta da Serpente

Gilberto Felinto

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

VOZES AMORDAÇADAS

migalhas de nós
restaram
vozes amordaçadas

Um espírito de mundo
que extravia os segundos
depende do abismo
e se prende as dissonâncias

tece no furor da ânsia
sua alquimia de horrores
agulha que desfia
os escombros
da alma enfeitiçada

poucos retornam do labirinto
de suas trevas interiores
poucos encontram oásis e deuses
no deserto de suas vidas

não entendem
os vestígios
as vertigens
a sumição do abraço
o enigma
que a harmonia tece em cada aflição
o ruído tênue da esperança
ante a balbúrdia dos corpos

que devoram segundos
maquiando o sorriso
repentino ópio da jovialidade

os pormenores do dia
que sumiram dentro do olhar
à cegueira precisa de sua ambição.


(Gilberto Felinto)


voltar última atualização: 10/05/2017
16065 visitas desde 19/04/2011

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente