A ASA DISFORME
Minhas letras
cavoucam na linha
o sonho tênue
e o sono intriga
tintas dilatam paisagens
e a torre tingem
a sangria das cores
Mãos esculturam no corpo
a asa disforme
e eu nada vôo
Flautas me tocam silêncio
eu ensurdeço
Vozes me encalham nas vísceras
e recomeço
Tosco vazio me emerge
jorra-me gritos
Ser que se arrasta por dentro
eu poesia.
(Gilberto Felinto)
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