ESTERTORES DA TARDE
Um abissal oceano
De desejos
Inunda
O assoalho pélvico.
Um cardume de piranhas
Sequiosas
Acesas
Devoram os últimos pudores.
O balé das ancas
Escarnam a derme.
Uma sinfonia
De humores febris
Sorvem
Os estertores da tarde
E dormem em silêncio.
(Gilberto Felinto)
|