A Garganta da Serpente

Gilvan Castro

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Paixão de um órfão

Como a vida, eu sou mais um que passa.
E se eu passasse pelo teu corpo
percorreria todos os teus caminhos;
e se eu fosse um pássaro que pousasse nos teus olhos,
com minhas asas, encobriria o teu rosto.
Se desse um jeito e ser gente,
abraçaria toda a tua humildade; e
se fosse um homem condenável, em minha iniqüidade,
me esforçaria prá deixar de ser demente.

Como pouco resta de uma mente;
como nada sobra de bondade;
como a vida agrava meu desgosto,
eu consumo toda esta devassa;
eu desprezo todos os carinhos
e já não me engano com a verdade:
Nada me reprime a contragosto.

Tudo está prá lá de decadente!
Como a mãe calada – eternamente!
Como a mãe calada – eternidade!

(19 jun 1977)


(Gilvan Castro)


voltar última atualização: 11/02/2001
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