Ventos e Versos
Nem sei porque faço versos
entre intervalos e atropelos;
neste mundo de gestos perversos
passo minha vida a escrevê-los.
Versos e vento são frágeis, breves,
tal o poeta ao tentar descrever:
o vento passa qual pensamento
e se desfaz num momento;
o verso é inconstante, roçaga,
e serve ao poeta, que indaga
o porquê de sua existência,
do poema a real essência,
do vento e do verso a razão de ser.
Ao erigir palácio de rimas em libelos
sei-os feitos de nuvens em castelos
e as fantasias dos poetas, tão terrenas,
como o vento são sopros, apenas.
(Giulia Dummont)
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