A Garganta da Serpente

Giulia Dummont

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Ventos e Versos

Nem sei porque faço versos
entre intervalos e atropelos;
neste mundo de gestos perversos
passo minha vida a escrevê-los.

Versos e vento são frágeis, breves,
tal o poeta ao tentar descrever:
o vento passa qual pensamento
e se desfaz num momento;
o verso é inconstante, roçaga,
e serve ao poeta, que indaga
o porquê de sua existência,
do poema a real essência,
do vento e do verso a razão de ser.

Ao erigir palácio de rimas em libelos
sei-os feitos de nuvens em castelos
e as fantasias dos poetas, tão terrenas,
como o vento são sopros, apenas.


(Giulia Dummont)


voltar última atualização: 26/03/2009
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