Felicidade

Felicidade, esquiva companheira,
hei de te esperar a vida inteira!
Felicidade, porque tardas tanto?
Não vês que trago o olhar todo em pranto?

Onde te escondes, onde andarás?
Como serás, em que consistirás?
Será um lugar, um pensamento,
uma direção, ou um breve momento?

Procurei-te na terra, no espaço, na lua,
em toda a parte, em cada rua.
Não sei a razão ou o motivo
a te tornar, o destino, um ser esquivo.

Procurei-te no mar e também no deserto.
Não te encontrei. E estavas tão perto!
Estavas presente na imaginação,
nos versos que me saem do coração,

nas imagens que são sonhos
daqueles tempos risonhos,
de tão longa e prisca era,
quando eu ficava à tua espera.

(Giulia Dummont)