O Beija-Flor
Na manhã das antigas primaveras
eu via o beija-flor pelas trepadeiras
sorvendo, sôfrego, o mel das floreiras
que subiam aos céus através das heras.
Como lágrimas nos olhos do tempo
os dias escorreram. O pássaro continuava
a busca do alimento. Eu caminhava
à procura da felicidade e do alento.
Hoje, sem encontrar o meu ninho,
ainda vejo o minúsculo passarinho,
companheiro do coração inconformado.
Amigo dos sonhos e das amarguras!
Ensina-me o rumo, o caminho das venturas,
na estrada sinuosa em busca do não achado!
(Giulia Dummont)
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