A Garganta da Serpente

Golçalves Dias

Antonio Gonçalves Dias
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Te Deum

Nós, Senhor, nós te louvamos,
Nós, Senhor, te confessamos.

Senhor Deus Sabaot, três vezes santo,
Imenso é o poder, tua força imensa,
Teus prodígios sem conta: - e os céus e a terra
Teu ser e nome e glória preconizam.

E o arcanjo forte, e o serafim sem mancha,
E o coro dos profetas, e dos mártires
A turba eleita - a ti, Senhor, proclamam
Senhor Deus Sabaot, três vezes santo.

Na inocência do infante és tu quem falas;
A beleza, o pudor - és tu que as gravas
Nas faces da mulher, - és tu que ao velho
Prudência dás, - e o que verdade e força
Nos puros lábios, do que é justo, imprimes.

Es tu quem dás rumor à quieta noite,
És tu quem dás frescor à mansa brisa,
Quem dás fulgor ao raio, asas ao vento,
Quem na voz do trovão longe rouquejas.

És tu que do oceano à fúria insana
Pões limites e cobro, - és tu que a terra
No seu vôo equilibras, - quem dos astros
Governas a harmonia, como notas
Acordes, simultâneas, palpitando
Nas cordas d'Harpa do teu Rei Profeta,
Quando ele em teu louvor hinos soltava,
Qu'iam, cheios de amor, beijar teu sólio.

Santo! Santo! Santo! - teus prodígios
São grandes, como os astros, - são imensos,
Como areia delgada, em quadra estiva.

E o arcanjo forte, e o serafim sem mancha,
E o coro dos profetas, e dos mártires
A turba eleita - a ti, Senhor, proclamam,
Senhor Deus Sabaot, três vezes grande.


(Golçalves Dias)


voltar última atualização: 30/05/2017
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