A Garganta da Serpente

Gregório de Matos

Gregório de Matos e Guerra
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

2º SONETO À MORTE DE AFONSO BARBOSA DA FRANCA

Alma gentil, esprito generoso,
Que do corpo as prisões desamparaste,
E qual cândida flor em flor cortaste
De teus anos o pâmpano viçoso.

Hoje, que o sólio habitas luminoso,
Hoje, que ao trono eterno te exaltaste,
Lembra-te daquele amigo a quem deixaste
Triste, absorto, confuso, e saudoso.

Tanto tua virtude ao céu subiste,
Que teve o céu cobiça de gozar-te,
Que teve a morte inveja de vencer-te.

Venceste o foro humano em que caíste,
Goza-te o céu não só por premiar-te,
Senão por dar-me a mágoa de perder-te.


(Gregório de Matos)


voltar última atualização: 13/08/2010
11776 visitas desde 13/08/2010

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente