Penas de um Papagaio ou (O Psicótico)
É assim que se aprisiona um velho e exausto marinheiro.
Sozinho com suas dores e angústias. Debilitado até mesmo para trabalhos
nada árduos.
Todavia ele ainda existe, e tem por companhia o papel, o tinteiro e a caneta de
pena.
"É uma pena..." - escreve em seu diário.
Não bastasse a terrível maresia, também incomoda-lhe os fantasmas
dos tripulantes. Sim. Fantasmas, pois eles não são nada daquilo
que se faz real ao marinheiro psicótico.
Não há uma ave, um papagaio que passe despercebido ante seus olhos
atentos e esguios.
O balanço do mar o chama, mas ele tem muito temor para pular. Tende fingir
não saber nadar, e tudo duraria tão pouco... Será que ninguém
está esperando ele voltar? Talvez algo o espere em terra firme... É
sempre isso que os motiva a voltar pra casa.
Perder a cabeça é como cortar as asas de um pássaro - o papagaio
(Guerrilheiro TaTu)
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