A Garganta da Serpente

Guilherme Rebelo

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O Sonho

Eu, e, só eu, só
Posso ter,
Posso ser,
Tal como, tal mó,
Que me esmaga o peito,
Que me cobre no leito,
Me refugia do sono,
E, me leva na viagem,
Sem retorno,
Onde tudo é pura paisagem.
Por entre tal sonho,
Desperto!
Num olhar medonho,
Em lugar incerto,
Sem máscaras de fantasia,
Nem fugas à melancolia,
Meu olhar, é teu olhar,
Minha voz, é tua voz,
E nós... olhando,
Fixamente,
Loucamente,
Olhos, nos olhos,
Tentamos descobrir,
Sem tentar fugir,
Onde estamos,
Para onde vamos,
Quando regressamos.
É longa a hibernação,
De tal realidade,
É boa a recordação,
Desta sóbria liberdade,
Incrédula talvez,
Repleta de porquês,
Questões sem resposta,
Perguntas que ninguém gosta,
Tudo respondido num momento,
Num curto espaço de tempo,
Sem dor, nem tormento,
Com alegria e alento. Poderás então dizer,...

Porquê a vida não é toda um sonho, porque é que não somos simples personagens divagando leve, levemente por entre pensamentos alheios, sem preocupações, ou indagações, onde reinasse a loucura da existência, e a morte não seria mais que uma fraca aparência... mas não! Por entre todos os caminhos desta vida são poucos os momentos onde tudo é belo, onde estarmos sós é sermos felizes...

...Escassas canções de amor,
repletas de ardor,
e , difíceis são aquelas,
que por mais belas,
nunca, mas nunca, nos fazem esquecer a dor.


(Guilherme Rebelo)


voltar última atualização: 07/02/2003
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