A Garganta da Serpente

Hanjo

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metamorfose

Há tantas linhas cruzadas,
Espero que ainda possa existir tempo para mudar.
Te espero em sua casa, em sua sala, dentro de seu quarto de dormir,
No crucifixo de madeira na parede sobre a mesa,
Olhando para o alto, para o chão sob seus pés,
Onde busco suas mãos, crisálida de olhos castanhos.
Borboleta de asas redondas, a regente de meu peito.
A maquina do tempo não funciona, não posso voltar
Ao dia da mudança, não consigo te transformar.
As linhas estão cruzadas e vou me perder no seu tempo,
Esse tempo não foi meu, talvez até o final...
Borboleta em meus olhos, fantasia do meu deus.
Não consigo mais te ver. A areia da ampulheta escorre em minhas mãos,
Entre os dedos se despede sem pedir, não se retém.
Não olhou em meus olhos nem em minha boca se deitou,
Colocou meu retrato pendurado na parede,
No crucifixo em seu dedo uma promessa de retidão,
Areia em meus olhos úmidos. Adeus a uma jóia, adeus, adeus,
A Deus te converti, em um Deus te transformei e como tal me castigou.
Crisálida esse meu amor. Agora, borboleta minha dor.

(não poderias nunca em anjo transformar te. Mesmo porque anjos não existem. Mesmo assim creio que sejas um, embora não acreditais em mim)


(Hanjo)


voltar última atualização: 11/10/2005
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