AMAR
Amar é reduzir-se, em meu conceito,
Às mínimas vontades do próprio ego
E displicentemente, louco e cego,
Fazer-se prisioneiro do seu peito.
É estar num turbilhão e achar sossego.
É ter, sem contrição, como um deleito
Confuso e delirante, o estranho emprego
De estar sempre sofrendo e satisfeito.
Na luta contra as duras ânsias d'alma
É a única aflição em que se acalma
O espírito de todos os viventes,
E embora seja ilógica a experiência
Também, na minha ínfima existência,
Amei, amo e amarei eternamente!
(Heltron Israel)
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