A ÚLTIMA ESPERANÇA
Não se deve contar, tirar o manto,
Expor os olhos puros de quem sonha
E antecipar as lágrimas, peçonhas,
Desastres, descalabros e quebrantos.
Não se deve prever, roubar o encanto
Tornar, alegres almas, enfadonhas
E nem desmascarar, o triste pranto,
Que esconde as faces vívidas risonhas.
Talvez fosse feliz se não soubesse
Que um dia todo espírito esmorece
E até sorrisse pr'esta meiga criança.
Talvez tivesse força a minha prece
Mas tristemente eu sei o que acontece
Depois morre a última esperança.
(Heltron Israel)
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