A Garganta da Serpente

Henrique de Castro Silva Junior

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Aos Passos do meu filho não nascido

Vê tu, meu pobre filho, a inexistência
Que amputa-te de mim a cada instante
É o ponto onde descansas teu semblante
Desta incomensurável decadência.

Já que não vives, guarda esta inocência
À sina que espera-nos adiante
E poupa-te, querido, à sufocante
Putrefação que vem desta existência.

Perdoa-me, por fim, se estremecida
Esta matéria humana e subjugada
Tornou-te uma lembrança não nascida

E fica-te a dormir nessa jornada
Porque depois dessa inconstante vida
Abraçarias novamente o nada...


(Henrique de Castro Silva Junior)


voltar última atualização: 31/03/2009
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