A Garganta da Serpente

Hercília Fernandes

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Renúncia

Cortarei as asas das borboletas
Para que fiquem imóveis.
Para que não pousem levianas,
Fazendo ciranda, em alheios móveis.

Cortarei as asas das borboletas
Para que não percam a cor e a beleza.
Para que não busquem néctar nas flores;
Para que não vivam por vãos amores.

Cortarei as asas das borboletas
Para que definhem até a morte.
Para que mudem o seu destino e a sua sorte.

Cortarei as asas das borboletas
Para que morram sentindo as dores
Pela ausência que jaz, o néctar das flores.

Poema extraído do livro: Retrato de Helena (FERNANDES, Hercília: 2005, p. 70).


(Hercília Fernandes)


voltar última atualização: 12/10/2007
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