A Garganta da Serpente

Herman G. S. (Niko)

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Pergunte ao pó da estrada

Quanto ao pó?!
Já não sei.
Há dias não pego a estrada.
Estou aqui,
Trancado neste quarto sujo
Deste hotel barato.
O uísque está acabando,
Resta pouco menos de meia garrafa.
A caneta falha
E o papel já está quase que inteiramente rasurado.
Estou só.
Dane-se também!
Para piorar, um belo complemento:
Minha inspiração foi-se embora.
(Espero que nunca mais volte).
Restam-me o punhal e alguns poucos pensamentos divagantes.
Nada mais.
O mundo todo segue em disparada
Numa velocidade incalculável, e eu,
Errante como sempre (fui), estou parado na contra-mão.
Será meu fim...
Ou não.
Não sei.
Enfim...
Aguardarei o próximo instante.
Daqui a um segundo, o presente já não existirá mais,
E disso,
Tenho plena certeza.


(Herman G. S. (Niko)


voltar última atualização: 26/12/2007
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