A Garganta da Serpente
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Anjo Negro

Como fosse uma amaldiçoada criatura,
quando faz-se noite nos confins da Terra,
um teatro de sombras e de amargura,
trava dentro de mim uma Guerra...

E todos os medos confundem meus passos,
e os meus olhos emanam tristeza...
me sinto longe dos seus abraços,
não consigo mais ver com clareza...

eu apenas aquieto-me e aceito,
e no mundo dos sonhos eu me deito,
tentando esquecer as dores no peito,
e acreditando ainda em algo perfeito...

Anjo negro, que a noite espreita-me,
pensa que não percebo tua presença?
quando estou triste tu aceita-me,
está aqui pra dar-me a sentença?

Não entendo porque aproxima-se de mim
Penso que minha vida errada te atrai,
mas da minha vida, ainda não é o fim,
e minha alegria a cada dia se esvai...

Anjo escuro, empresta-me tuas asas,
para ao menos eu poder voar,
para longe dessas coisas falsas
quem impedem-me até mesmo de andar...

empresta-me também tua adaga,
pra que eu sinta-me forte agora
e acabe com essa dor que me esmaga,
e avise a morte...ainda não é minha hora.


(Hugo Roberto Bhera)


voltar última atualização: 19/04/2011
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