FRAGMENTOS
Há pressa para escrever estes versos
Para executar tantos projetos
Da casa, da vida, da lida
Para escutar o amor
Que cai de braços dados
E se esvai, tão terno
Sobre o tempo
Tanto há para dizer, para tecer
O que passou e se edificou
Em algum livro imaginário
Jamais traduzido ou entendido
Em línguas esparsas
Há pressa para ver-te
Nestes versos livres, traduzir-te
Antes que o tempo, eminente
Senhor das horas
Se faça presente
E se alimente de toda a vontade
De todos os sonhos, de tanto amor híbrido
Sobre todas as forças
Além do bem e do mal
Há pressa para viver
Cada vez mais em paz
Onde haja guerra
Para jorrar poesia
Dentro de um maço de marlboro
Soltar toxinas pelo ar
Voar contra o vento
Ah, esse tempo tão presente
Às vezes distante, surreal
Um dia há de juntar
Neste cimento, ainda cinzento
Os fragmentos da vida, outrora esquecida
Deste anônimo poeta chamado Hugo
(Hugo Vigneron)
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