Cordel de santo
Há muito crivo
Há muito, tempo
Quando o desvio resolve se atirar
Há muito, alivio
Seus braços, conga
Seu olho ensina como respirar
Como espinho em pé de realeza
Mesmo a incerteza não para de andar
Quando seus olhos se viram de horizonte
É mar de monte a cor do pesar
Quando o crioulo do pé pisa a noite
Pesa e reversa o triste, andar
Mesmo que o verso embebede a noite
A sede conversa na boca do olhar
Há muito ando
Há muito espinho
E mesmo os pés espinham, se não há
Há muito, arrego
Seu gosto canto
Cordel de santo escreve o que olhar
Aí a viagem é chuva ligeira
A janela é porta de voar
O vôo é passo de horizonte
É mar de ponte a cor, teu olhar
(Iara Assessú)
|