SINAL VERMELHO
Maltrapilho, curvado, olhar exausto
Tangido da fome,no semáfora encalha
Contrastando a malícia do asfalto
Simplório a implorar qualquer migalha
Espantalho itinerante da desgraça
Fugitivo da seca que fustiga
Que oficio humilhante agora abraça
Pela prole que a fome lá castiga
Lá seria agricultor ou criador
Não fosse a seca fazê-lo retirante
A pervagar exibindo a sua dor
Enquanto a caravana passa num instante
E vira o rosto sem nenhum pudor
Sinal vermelho pra o infeliz errante
(Irimatines Oliveira Lima)
|