BORGES
Áspera voz. Voz de pássaro cego,
crepuscular som do vento entre as folhas
das árvores oníricas.
Seus versos galopam na escuridão.
Cegado de paixão pela literatura,
louco de paixão e de poesia,
poesia nascidas da insônia,
da nefasta escuridão sem pranto,
das sombras da vida.
Taciturno o coração
petrificado nas dores das retinas mudas,
na solidão,
nas páginas dos livros e nesses clandestinos
retratos empoeirados
de sonhos e de olvido.
(Isabel Furini)
|