Soltam-se as vozes pela noite dentro
e enchem de ecos os ramos das árvores,
transformando em pássaros caleidoscópicos
os medos que a infância não apagou.
Solta-se o escuro do armário secreto
e borboletas antigas libertam as asas,
sacudindo o pó das tristezas.
De cada recanto da casa a solidão vai saindo,
rendendo-se ao imperioso desejo de mar.
Lentamente, as trevas abandonam o ser
e a vida renasce como uma flor de fogo.
(25-01-2004)
(Isabel Rosas)
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