A Garganta da Serpente

Jardel Santos Albuquerque

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Me Recuso

Recluso, me recuso, me fecho, me tranco
As portas se movimentam em direções opostas
E o meu ser se comporta como se algo o fosse carregar
E a reclusão de meus atos, de minha presença confirmam a teoria do medo
A teoria de viver, de querer insistir num mundo de aparências,
Num mundo marcado, fechado, podre.
Recluso, me recuso a recordar de um passado aparente
E me fecho num presente de mistérios
E me tranco pra um futuro completamente incerto.
As vezes me permito a um riso insano, não duradouro
E me perco na lágrima e no grito que em mim é companheiro.
Na confusão de um dia, na luta pela sanidade na noite, sem sonhos
Sem pesadelos, sempre me deito querendo, mas acordo esquecido.
Acordo esquecendo, morrendo, vendo minha dor sangrar
Vendo meus olhos cegos, cegos de mim, cegos de ti
Mas e você, quem é? Se apenas te sinto!
E nessa dúvida, mais uma vez me recuso, me recluso
Me fecho nesse mundo que alguém construiu,
E esse alguém me deixou só, sem saber pra onde ir
Fico, me fecho, me recluso, pois o mundo que se apresenta
Não é meu, não me encontro e de vez agora me tranco...


(Jardel Santos Albuquerque)


voltar última atualização: 18/04/2006
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