A Garganta da Serpente

Jayro Luna

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Frankenstein Metamoderno

(A Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e Brás Cubas, em homenagem à Mary Shelley, e com especial apreço a José Mojica Marins.)

"E este abandono...Essa incerteza que me aflige... / Ó Georges Rodenbach! Ó meus Cisnes de Bruges! / Ó Crépuscule de Ephraim Mikhael!" Alceu Wamosy.
"Armazenando em sua memória implacável (seu futuro martírio) os fragmentos de um presente jamais apanhável mas que ele ia sedimentando e ia socando quando eles caíam mortos e revirados no passado de cada instante." Pedro Nava.
"-Quem sou? Um doudo, uma alma de insensato, / Que Deus maldisse e que Satã devora; / Um corpo moribundo em que se nutre / Uma centelha de pungente fogo" Álvares de Azevedo.
"Mosaico de memórias nele nado, / comendo peixes e recordações, / encerrando em cubículos de espelhos / em que meu rosto não se vê, mas os / dos passados e os do presentes rostos, que emergiram de baixo, do subsolo" Jorge de Lima.

Desventra o ventre donde nasceu,
Se nasce morre nasce morre nasce,
E do aceno o milagre a renascen-
Ça. Não é você, nem sou mais eu.

Vida da minha vida, que eu não vejo,
Tenho medo de mim, de ti, de tudo
[E] resmungando com ar carrancudo,
Em toda... extensão pululam (...) desejos!

Murchem a flor das ilusões da vida!
Me sinto tão longínquo e deslocado,
(...) sem limites, tão despropositado.

Espírito, (...) éter (...), substância fluída.
A terra ao largo, ao longe se lamenta
Sou trezentos, sou trezentos (e) cinquenta1.

(Londres, 1993)


(Jayro Luna)


voltar última atualização: 14/09/2005
13181 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente