À ROSA
Com faces destiladas de mármore
e toques sutis como relâmpagos.
Com brisas quentes
qual vapor que surge dos olhos,
ao instante da visita dos cupidos
que flecharam sorrisos
ao invés de corações,
silenciando assim
breves momentos de paixão
que se eternizavam
entre os suspiros de uma lágrima e
outra,
ou das palavras,
que morreram afogadas nos copos de cerveja,
enquanto as esperanças
eram esmagadas junto das chepas.
Mas sete olhos fitavam.
Sete lâminas amolaram.
E apenas seis flechas os arqueiros prepararam.
Um conflito de covardes,
suspiros versus lágrimas
silêncio contra solidão.
Mas o inesperado aconteceu.
Do chão inerte brotou uma rosa;
A Rosa.
De um vermelho que
de tão quente
era apaixonante,
sarcástico e impiedoso,
já apaixonado.
Incorruptível aos olhos amantes,
avassaladora ao coração obstante.
Frio.
Já é tarde.
Sem sombra nem saída
segue comitiva em direção ao
reino.
A cama e o cigarro,
confidentes,
assim como o céu,
a lua
e as estrelas,
pareciam estarem surdos naquela noite,
faziam chorar.
De manhã o sol parecia frio,
reluzia na Rosa
que amanheceu branca,
pálida,
fria,
desbotada.
No chão
vestígios de futilidade,
de "beleza",
falsidade.
Arrependimento.
Desengano.
Um rio de guaxe e grafite por entre os dedos.
Não bastasse falsa,
ainda sem classe.
Agora é tarde.
(Jim Bates)
|