As Criaturas da Noite
E quando a escuridão se arrastar pelo mundo,
Da enorme vastidão num temporal terrível,
Numa desolação tétrica inconcebível,
Elas ressurgirão do negro mais profundo.
Vão vagando através da vida perecível
Como uma aberração, um demônio oriundo
De uma transmutação do sonho mais imundo
Em transfiguração no corpo putrescível.
Imensa catedral, impassível, parece
Exigir desta gente um cântico, uma prece
Como reparação aos erros mais atrozes...
Para sempre vagai, Criaturas da Noite!
E bem ouvi o estalar vergastante do açoite,
Pois ele abafará o som das vossas vozes.
(junho, 2000)
(J. Monjellos)
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